"Só uso a palavra para compor meus silêncios"

Manoel de Barros


Eu só tenho usado o silêncio para compor os meus gritos...


Este é pura e simplesmente um espaço na mídia para divulgar meus poemas, contos, crônicas e artigos de opinião, bem como dos meus mestres e mestras da Filosofia e ARTES de um modo geral. Amo ESCREVER, acima de todas as coisas, então faço desse espaço o meu "grito de alerta", sem maiores pretensões...mas sempre com muitas provocações, pois fazem-se necessárias para que não sigamos mansos a trilha da manada direto para o matadouro... Apesar de todas as decepções, eu AINDA creio e amo o ser humano, então vamos lutar todos juntos em UNICIDADE, AMOR E FRATERNIDADE.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O AMOR FERE


O amor deita no peito
faz nascer medo, anseio
descortina o Mundo
sujeito a dar defeito
agora não tem mais jeito
a tempestade inunda
toma conta
atiça, afronta
desmorona o Muro
cadê teus olhos nessa pele virgem
guardada imaculada, imantada
no veneno que me faz viver
o desejo que te sonha, busca
trepida enclausurado
nos versos adúlteros
que me joga na cara
cospe no véu
despe a fome que tenho de ti.
O Anjo Vingador também é traiçoeiro
Ama tão somente como os poetas amam:
Ele só ama o Amor
E o desespero de jamais encontrá-lo com vida.


Lou Albergaria

domingo, 26 de setembro de 2010

VINO MORAIS


Seu talento de artista
abraça minh'alma de poeta
enlaço-te em beijos infinitos
Sonho-te de olhos abertos...


Lou Albergaria


Minha poesia busca as areias nas telas do Vino. Sinto meus versos em absoluta simbiose com suas cores, sombras e luzes. Sem sua grande arte minha poesia não seria a mesma.Obrigada, Meu artista! Super beijo!!!

sábado, 25 de setembro de 2010

O PÓ QUE EU SOU...


Pó soprado ao vento
alimenta a Semente
que é meu sustento.
O amor no ventre
não me deixa só...


Lou Albergaria
Tela: Vino Morais

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

HAIKAIS E QUE TAIS...


Coração vago
a sombra no abismo
na alma chove.

***
Leão faminto
sem pássaros na alma
poeta morre.

***

Menina sonha
o abrigo que não vem
na noite fria.

***
Frio na alma
poesia que eu sou
morte súbita.

***

Semente parte
a vida pelo meio
solidão nasce.

***

Língua Aduba
o canteiro floresce
beijos úmidos.

***

Novelo de lã
tece sonhos, menina,
que morrem nesse frio.

***
Concha se fecha,
O som da angústia
aprisiona.

***

Sorriso breve
tênue armadura
soterra a alma.

***

vago(O)risco
perco toda palavra
que não é amor.

***

O sol se cansa
(entre)linhas escuras
neve me(dita).

***

Noite sombria
o sol pede abrigo
nas cores simples.

***

Filha da Noite
Lua de fel suspira
tempo que arde.

***

Cai densa sombra
no silêncio eu sou
flor que fecunda..

***

As negras asas
sopram ternas sementes
o poeta nasce.

***

O mar agita
pássaro se revolta
o poeta morre.

***

Poesia vil,
o espinho que cala
sentimento nú.

***

Na noite que ri
primavera encanta
feia verdade.

***
Torpes amores
não mais me cicatrizam
coração sangra.

***

Sonho contigo
folhas caem da alma
eu resuscito.

***

Lou Albergaria

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

SOL DE PRIMAVERA - BETO GUEDES




"A lição sabemos de cor só nos resta aprender..."




Quando entrar setembro
E a boa nova andar nos campos
Quero ver brotar o perdão
Onde a gente plantou
Juntos outra vez...

Já sonhamos juntos
Semeando as canções no vento
Quero ver crescer nossa voz
No que falta sonhar...

Já choramos muito
Muitos se perderam no caminho
Mesmo assim não custa inventar
Uma nova canção
Que venha nos trazer...

Sol de primavera
Abre as janelas do meu peito
A lição sabemos de cor
Só nos resta aprender
Aprender...

Já choramos muito
Muitos se perderam no caminho
Mesmo assim não custa inventar
Uma nova canção
Que venha trazer...

Sol de primavera
Abre as janelas do meu peito
A lição sabemos de cór
Só nos resta aprender
Aprender...


Beto Guedes

Tela: Olaf Hajek

terça-feira, 21 de setembro de 2010

17 DE OUTUBRO


O poema prometido
escorre-me da alma
até a ponta dos dedos
que me molham
com o eco dos seus sonhos.
Fecho os olhos e seu sorriso
Me toma, doma
fazendo-me lembrar daquele dia
em que entrou aqui pela primeira vez
E de costas nuas disse-me:
- Vou seguir você!

Desde então, toda vez que escapa,
só preciso procurar dentro de mim
que sempre O encontro.
Lou Albergaria

domingo, 19 de setembro de 2010

BORBOLETAS BRINCAM NA LUZ


Borboletas seguem seu rastro de luz

...ainda que haja sombras,

sua alma ilumina...


Lou Albergaria

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

PÁSSARO NEGRO


Pássaro caminho de Luz

nas trevas de tuas Asas

grita, agoniza em luto

coleriza-se, insulta

a mulher que te sonha

e Necessita.

O Perdão é minha Fortaleza!

Um dia reconhecerás

que sua Guerra de Insanidade

só esmorece o rastro de Amor

em Mim

que já carrega teu Nome.


Lou Albergaria
Foto: br.Olhares.com

sábado, 11 de setembro de 2010

O VENTO HOJE ME RENASCE...

Rosa dos Ventos
Vira-me AO avesso
Torna-me o Eu do começo
a História Ainda sem enredo
Só encantamento
Pura Inocência
um Sopro, um alento
Promessa de Vida no ar ...


Lou Albergaria

IDEAIS


Os outros meninos, um queria ser médico, outro pirata,

outro engenheiro, ou advogado, ou general.

Eu queria ser um pajem medieval... Mas isso não é nada.

Hoje eu queria ser uma coisa mais louca: eu queria ser eu mesmo!


Mário Quintana
Tela: Vino Morais

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

MEU AMIGO


Meu Amigo, não sou o que pareço. O que pareço é apenas uma vestimenta cuidadosamente tecida, que me protege de tuas perguntas e te protege da minha negligência.
Meu Amigo, o Eu em mim mora na casa do silêncio, e lá dentro permanecerá para sempre, despercebido, inalcançável.
Não queria que acreditasses no que digo nem confiasses no que faço – pois minhas palavras são teus próprios pensamentos em articulação e meus feitos, tuas próprias esperanças em ação.
Quando dizes: “O vento sopra do leste”, eu digo: “Sim, sopra mesmo do leste”, pois não queria que soubesses que minha mente não mora no vento, mas no mar.
Não podes compreender meus pensamentos, filhos do mar, nem eu gostaria que compreendesses. Gostaria de estar sozinho no mar.
Quando é dia contigo, meu Amigo, é noite comigo. Contudo, mesmo assim falo do meio-dia que dança sobre os montes e da sombra de púrpura que se insinua através do vale: porque não podes ouvir as canções de minhas trevas nem ver minhas asas batendo contra as estrelas – e eu prefiro que não ouças nem vejas. Gostaria de ficar a sós com a noite.
Quando ascendes a teu Céu, eu desço ao meu Inferno – mesmo então chamas-me através do abismo intransponível, “Meu Amigo, Meu Companheiro, Meu Camarada”, e eu te respondo: “Meu Amigo, Meu Companheiro, Meu Camarada” – porque não gostaria que visses meu Inferno. A chama queimaria teus olhos, e a fumaça encheria tuas narinas. E amo demais meu Inferno para querer que o visites. Prefiro ficar sozinho no Inferno.
Amas a Verdade, e a Beleza, e a Retidão. E eu, por tua causa, digo que é bom e decente amar essas coisas. Mas, no meu coração rio-me de teu amor. Mas não gostaria que visses meu riso. Gostaria de rir sozinho.
Meu Amigo, tu és bom e cauteloso e sábio. Tu és perfeito – e eu também, falo contigo sábia e cautelosamente. E, entretanto, sou louco. Porém mascaro minha loucura. Prefiro ser louco sozinho:
Meu Amigo, tu não és meu Amigo, mas como te farei compreender? Meu caminho não é o teu caminho. Contudo juntos marchamos, de mãos dadas.


(Gibran Khalil Gibran in Excertos de “O Louco”)
Fotografia: Paul Mahder
Ofereço esse texto a todos meus amigos e em especial ao Justiceiro Rz. Desculpa, menino! Pensamos diferente, mas a Poesia e Amizade em meu coração continuam intactas. Beijo!!!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

AMOR EM SILÊNCIO


O Olhar grita

o Amor que se faz

Sem uma palavra derramar.


Lou Albergaria

O SOMBRERO


Dispo-Me

desta tua Pele

que Me arruína

Faz o indulgente

indigente

A Morte anuncia

Promessa de Vida não Cumprida

A Fantasia se rasga

em Milhões de rodopios

Cadafalso

esmaga o Verso

Morre de Asfixia

Hoje não te Mereço

Entrego-te sem colocar preço

O Delírio

tornou-se por demais Sombrio
Restou-me pouco Sol

para o largo Sombrero.


Lou Albergaria

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O OTÁRIO SUBLIME


Jogo Malogrado

Faz O Sublime, Otário

Eu passo.
Tela: Olaf Hajek