"Só uso a palavra para compor meus silêncios"

Manoel de Barros


Eu só tenho usado o silêncio para compor os meus gritos...


Este é pura e simplesmente um espaço na mídia para divulgar meus poemas, contos, crônicas e artigos de opinião, bem como dos meus mestres e mestras da Filosofia e ARTES de um modo geral. Amo ESCREVER, acima de todas as coisas, então faço desse espaço o meu "grito de alerta", sem maiores pretensões...mas sempre com muitas provocações, pois fazem-se necessárias para que não sigamos mansos a trilha da manada direto para o matadouro... Apesar de todas as decepções, eu AINDA creio e amo o ser humano, então vamos lutar todos juntos em UNICIDADE, AMOR E FRATERNIDADE.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

SALVE RAUL E O NOVO AEON!!!

HOJE É UM DIA MUITO ESPECIAL PARA OS FÃS E FIÉIS SEGUIDORES DO MESTRE RAUL SEIXAS que completaria, neste 28 de junho, 65 anos se estivesse vivo. Esse extraordinário artista deixou uma OBRA inigualável e profética. Foi um homem, artista, cantor, poeta, filósofo, transgressor, crítico, sarcástico, enfim, um homem singular com uma visão muito AMPLA do que é SER HUMANO em um Mundo tão caótico e desumano; em que todos NÓS estamos sempre em estado de compressão. A sociedade do status quo sempre nos mutilando, castrando, comprimindo, querendo NOS VENDER ALGO OU ALGUÉM E MUITAS VEZES NINGUÉM QUE ELES QUEREM NOS FAZER CRER QUE MERECEM NOSSA ATENÇÃO E APREÇO. Aí ficam alguns meses sob os holofotes, e depois desaparecem, na penumbra, da mesma forma como entraram: "à francesa". O que definitivamente não é o caso do nosso ETERNO MALUCO BELEZA que sempre foi muito mais do que apenas isso que a Mídia nos apresentava dele, pois sua tônica primava pela contestação aos COSTUMES e VALORES ARCAICOS gerados por uma sociedade igualmente conservadora e reacionária.

SALVE RAUL E O NOVO AEON!!!



Composição: Raul Seixas - Cláudio Roberto - Marcelo Motta


O sol da noite agora está nascendo
Alguma coisa está acontecendo
Não dá no rádio nem está
Nas bancas de jornais
Em cada dia ou qualquer lugar
Um larga a fábrica, outro sai do lar
E até as mulheres, ditas escravas,
Já não querem servir mais
Ao som da flauta
Da mãe serpente
No para-inferno
De Adão na gente
Dança o bebê

Uma dança bem diferente
O vento voa e varre as velhas ruas
Capim silvestre racha as pedras nuas
Encobre asfaltos que guardavam
Hitórias terríveis
Já não há mais culpado
nem inocente
Cada pessoa ou coisa é diferente
Já que é assim, baseado em que
Você pune quem não é você?

Ao som da flauta
Da mãe serpente
No para-inferno
De Adão na gente

Dança o bebê
Uma dança bem diferente
Querer o meu
Não é roubar o seu
Pois o que eu quero
É só função de eu
Sociedade alternativa
Sociedade novo aeon
É um sapato em cada pé
É direito de ser ateu
Ou de ter fé
Ter prato entupido de comida
Que você mais gosta
É ser carregado, ou carregar
Gente nas costas
Direito de ter riso e de prazer
E até direito de deixar
Jesus Sofrer