Foi com imensa alegria que recebi hoje cedo a notícia de que alguns de meus poemas foram publicados na Revista Literária GERMINA (inclusive o link para a acessarem encontra-se na barra lateral à direita).
Para acessarem a página na GERMINA em que estão os meus versos tão líquidos, basta clicarem no link do título.
Sinto como se hoje fosse o primeiro dia do resto da minha Vida...
Aos poucos estou conseguindo divulgar o meu trabalho, contornar os rochedos, feito um rio sinuoso e selvagem que nasce aqui em minhas Montanhas e depois escorre, se espalha, se infiltra e permanece... Esse, sim, é o grande sonho do poeta.
Como diluiu DRUMMOND ( sem nenhuma pretensão de minha parte de qualquer tipo de comparação a ele, óbvio):
ETERNO
E como ficou chato ser moderno.
Agora serei eterno.
Eterno! Eterno!
O Padre Eterno,
a vida eterna,
o fogo eterno.
(Le silence éternel de ces espaces infinis m'effraie.)
— O que é eterno, Yayá Lindinha?
— Ingrato! é o amor que te tenho.
Eternalidade eternite eternaltivamente
eternuávamos
eternissíssimo
A cada instante se criam novas categorias do eterno.
Eterna é a flor que se fana
se soube florir
é o menino recém-nascido
antes que lhe dêem nome
e lhe comuniquem o sentimento do efêmero
é o gesto de enlaçar e beijar
na visita do amor às almas
eterno é tudo aquilo que vive uma fração de segundo
mas com tamanha intensidade que se petrifica e nenhuma força o resgata
é minha mãe em mim que a estou pensando
de tanto que a perdi de não pensá-la
é o que se pensa em nós se estamos loucos
é tudo que passou, porque passou
é tudo que não passa, pois não houve
eternas as palavras, eternos os pensamentos; e passageiras as obras.
Eterno, mas até quando? é esse marulho em nós de um mar profundo.
Naufragamos sem praia; e na solidão dos botos afundamos.
É tentação a vertigem; e também a pirueta dos ébrios.
Eternos! Eternos, miseravelmente.
O relógio no pulso é nosso confidente.
Mas eu não quero ser senão eterno.
Que os séculos apodreçam e não reste mais do que uma essência
ou nem isso.
E que eu desapareça mas fique este chão varrido onde pousou uma sombra
e que não fique o chão nem fique a sombra
mas que a precisão urgente de ser eterno bóie como uma esponja no caos
e entre oceanos de nada
gere um ritmo.
À BÊNÇÃO, GRANDE MESTRE DRUMMOND! DAI-ME SORTE E FÉ!!!
Especial agradecimento ao jornalista e escritor José Aloise Bahia, um dos editores da GERMINA REVISTA LITERÁRIA DIGITAL.
Muito obrigada!!!
Imagem: Kamil Vojnar