"Só uso a palavra para compor meus silêncios"
Manoel de Barros
Eu só tenho usado o silêncio para compor os meus gritos...
Manoel de Barros
Eu só tenho usado o silêncio para compor os meus gritos...
Este é pura e simplesmente um espaço na mídia para divulgar meus poemas, contos, crônicas e artigos de opinião, bem como dos meus mestres e mestras da Filosofia e ARTES de um modo geral. Amo ESCREVER, acima de todas as coisas, então faço desse espaço o meu "grito de alerta", sem maiores pretensões...mas sempre com muitas provocações, pois fazem-se necessárias para que não sigamos mansos a trilha da manada direto para o matadouro... Apesar de todas as decepções, eu AINDA creio e amo o ser humano, então vamos lutar todos juntos em UNICIDADE, AMOR E FRATERNIDADE.
quinta-feira, 13 de maio de 2010
POESIA É MÚSICA
Sou poeta que não sei fazer soneto.
Tal qual o músico que não sabe ler partitura;
No entanto, sabe fazer música.
Tem ouvido, ritmo
sentimento e afago.
Ainda que lhe falte a técnica refinada
Mas não o coração
debulhado
enlameado
enlouquecido de amor
e de amar...
O que é Música? O que é Poesia?
Recorri ao 'google'
Encontrei renomados doutores
de tomos ilustres
calhamaços acadêmicos
dissecando a poesia
e a música
como em uma aula de Anatomia Humana
em que os mestres dissecam
os cadáveres.
Em nenhuma página (o que não me foi surpresa),
encontrei uma lágrima,
um sorriso, um grito de prazer
Ou desespero
nem um leve e insípido
aperto de mão.
É...
vai ver é por isso que fazer música
e poesia
não se aprende em livros.
Ou a alma os derrama
Ou, para desespero do artista, os aprisiona
torna vago(O)risco.
Sinto até um certo orgulho
em não saber dividir as sílabas de um verso.
Em compensação a minha natureza me concedeu
O Olhar sempre voltado para o que não tem valor
o que não presta;
a observar, por exemplo, um passarinho
por minutos que duram horas
que pousa sobre o Muro
bem próximo à cerca elétrica.
E eu, de cá,torcendo
para que não se machuque
e para que não aconteça o pior:
A Dona Morte por lá apareça
e mate o pobre passarinho de susto.
Eu não sei fazer soneto.
Eu só sei olhar 'coisas' sem valor
pelas quais quase ninguém se interessa;
como um passarinho que se arrisca
tão próximo à cerca elétrica
e nem se dá conta de que apenas por um triz
tudo o que era doce se acabou...
Passarinho também não sabe ler partitura
mas canta que é uma beleza... Benzadeus!!!
Lou
Este poema integra o meu segundo livro de poemas que já está quase pronto: O COGUMELO QUE NASCE NA BOSTA DA VACA PROFANA. Daqui a alguns dias, no máximo 2 semanas, o apresentarei a vocês.