"Só uso a palavra para compor meus silêncios"

Manoel de Barros


Eu só tenho usado o silêncio para compor os meus gritos...


Este é pura e simplesmente um espaço na mídia para divulgar meus poemas, contos, crônicas e artigos de opinião, bem como dos meus mestres e mestras da Filosofia e ARTES de um modo geral. Amo ESCREVER, acima de todas as coisas, então faço desse espaço o meu "grito de alerta", sem maiores pretensões...mas sempre com muitas provocações, pois fazem-se necessárias para que não sigamos mansos a trilha da manada direto para o matadouro... Apesar de todas as decepções, eu AINDA creio e amo o ser humano, então vamos lutar todos juntos em UNICIDADE, AMOR E FRATERNIDADE.

domingo, 28 de novembro de 2010

ASAS NO TRAPÉZIO


Adjetivos tiram toda a graça da farsa
da manguaça gostosa
borracheira cheirosa
insana e ardente
trinca os dentes
e nos torna serpentes
sem libido no veneno
que nos faça amanhecer
nus na praça.
Quero o substantivo completo
Pagão e dileto
Sem manipulação ou maus-tratos.
Liberdade é meu hino
Livre arbítrio meu destino
Consciência da Unicidade
Para me restituir
O que me foi usurpado
deixei de ser e
entreguei de graça
Ao dono do Circo
O palhaço
De chicote em punho
Trapezista tornei-me na marra!
Vivo Com medo
de cair das alturas
Só por não lembrar
Que já nasci com asas.


Lou Albergaria
in O Cogumelo que Nasce na bosta da Vaca Profana

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

BATOM CARMIM


Ruge a tarde
insurge
seu batom
na luz neon
o véu cai
dança mil tons
os sons
teus lábios
perdem a paz
carmim Carmen
castanhola voraz
não sei mais
Onde por ventura em mim
a Menina restou.


Lou Albergaria

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

MAIS UMA ESTAÇÃO


Seus versos me chamam

eu me rendo

a rima é curta

a vida tão breve

o amor em seu leito de morte

derrama folhas secas ao vento

não mais semente

acabou a sorte

na estação aguardo

a partida do próximo trem

Em mais uma primavera
Devassa.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O AMOR FERE


O amor deita no peito
faz nascer medo, anseio
descortina o Mundo
sujeito a dar defeito
agora não tem mais jeito
a tempestade inunda
toma conta
atiça, afronta
desmorona o Muro
cadê teus olhos nessa pele virgem
guardada imaculada, imantada
no veneno que me faz viver
o desejo que te sonha, busca
trepida enclausurado
nos versos adúlteros
que me joga na cara
cospe no véu
despe a fome que tenho de ti.
O Anjo Vingador também é traiçoeiro
Ama tão somente como os poetas amam:
Ele só ama o Amor
E o desespero de jamais encontrá-lo com vida.


Lou Albergaria

domingo, 26 de setembro de 2010

VINO MORAIS


Seu talento de artista
abraça minh'alma de poeta
enlaço-te em beijos infinitos
Sonho-te de olhos abertos...


Lou Albergaria


Minha poesia busca as areias nas telas do Vino. Sinto meus versos em absoluta simbiose com suas cores, sombras e luzes. Sem sua grande arte minha poesia não seria a mesma.Obrigada, Meu artista! Super beijo!!!

sábado, 25 de setembro de 2010

O PÓ QUE EU SOU...


Pó soprado ao vento
alimenta a Semente
que é meu sustento.
O amor no ventre
não me deixa só...


Lou Albergaria
Tela: Vino Morais

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

HAIKAIS E QUE TAIS...


Coração vago
a sombra no abismo
na alma chove.

***
Leão faminto
sem pássaros na alma
poeta morre.

***

Menina sonha
o abrigo que não vem
na noite fria.

***
Frio na alma
poesia que eu sou
morte súbita.

***

Semente parte
a vida pelo meio
solidão nasce.

***

Língua Aduba
o canteiro floresce
beijos úmidos.

***

Novelo de lã
tece sonhos, menina,
que morrem nesse frio.

***
Concha se fecha,
O som da angústia
aprisiona.

***

Sorriso breve
tênue armadura
soterra a alma.

***

vago(O)risco
perco toda palavra
que não é amor.

***

O sol se cansa
(entre)linhas escuras
neve me(dita).

***

Noite sombria
o sol pede abrigo
nas cores simples.

***

Filha da Noite
Lua de fel suspira
tempo que arde.

***

Cai densa sombra
no silêncio eu sou
flor que fecunda..

***

As negras asas
sopram ternas sementes
o poeta nasce.

***

O mar agita
pássaro se revolta
o poeta morre.

***

Poesia vil,
o espinho que cala
sentimento nú.

***

Na noite que ri
primavera encanta
feia verdade.

***
Torpes amores
não mais me cicatrizam
coração sangra.

***

Sonho contigo
folhas caem da alma
eu resuscito.

***

Lou Albergaria